Olá leitores e leitoras, tudo bem?
Mais um desabafo e, novamente, sobre o tal "treinamento funcional".
"Treinamento Funcional" não existe!
(na verdade existe; é o treinamento convencional que já conhecemos há décadas, mas vamos conversar ao longo do texto)
"Saia do Convencional; Venha para o Funcional!!!"
Mantenha a calma e continue lendo... Não feche o navegador ainda. Vamos tentar, nas próximas linhas, entender QUAL É o "treinamento funcional" que não existe, e, se quiserem, podem lançar os tomates
ou concordar comigo, depois!
Muitos, atualmente, acreditam que treinamento funcional existe; que é o melhor
exercício/método de treinamento do mundo, que é inovador, que vai salvar a humanidade ou que oferece algo que NENHUM OUTRO MÉTODO JAMAIS OFERECEU (treinamento de força/hipertrofia/potência/resistência, exercício aeróbio/cardiovascular). Não há problema nenhum em acreditarmos
nisso, confesso que um dia eu também acreditei, e sei que, atualmente, muita gente continua se esforçando para nos convencer disto.
Toda vez que alguém me conta que fez “treinamento funcional”
fico curioso e preocupado, pensando “o que será que essa pessoa fez...?”. Então
pergunto, “Como assim? O que você fez?”. Geralmente a pessoa me responde que
fez uma aula ou roteiro de exercícios (de FORÇA...), misturados com algo
militar (fortalecimento e resistência com o peso corporal), ou fez mímicas de
gestos esportivos segurando pesinhos nas mãos ou tornozeleiras (o que eu costumo chamar de mímica resistida). Mas, na maioria das vezes, essa pessoa
realizou movimentos livres de musculação, combinados ou integrados. Exemplos
das invencionices: agachamento com rosca
direta, remada unilateral nos cabos com afundo, rosca unilateral com tríceps pulley unilateral ao mesmo tempo, flexão plantar com elevações laterais de
ombro, e o circo segue sem limites.
Cheguei a presenciar, certa vez, uma
aluna (idosa) com pesos nas mãos e tornozeleiras; orientaram-na a realizar
elevação lateral com um braço enquanto fazia abdução de quadril com a perna do
lado contrário, ao mesmo tempo... Em uma conversa (de muitas) um colega de
trabalho me contou que presenciou, em um determinado curso de “funcional”, o profissional
que ministrava a atividade prática “ensinar” que,
seria interessante, numa aula para idosos, estender barbantes, ou varais na
sala de aula e pedir para que os idosos imitassem os movimentos de estender
roupas com tornozeleiras (seguindo, equivocadamente, o conceito de ESPECIFICIDADE, justificando que o
exercício funcional é aquele exercício que melhora os movimentos da vida
diária). E então pensei (como sempre penso ao ver essas situações) Por quê?
Pra quê?
Obs.: percebam que a INSTABILIDADE já está no passado do funcional... Mas alguns, ainda resistem em chamar de funcional TUDO que é feito em cima de bola ou bosu.
Quando alguém diz que fez uma aula de spinning, step,
localizada ou jump, você sabe exatamente o que essa pessoa fez. Quando alguém
diz que fez exercícios aeróbios ou “cardio”
você só pergunta onde (no parque, na esteira, na bicicleta...) porque sabe do
que se trata. Quando alguém diz que fez uma aula de natação, você sabe o que
essa pessoa fez. Quando alguém diz que fez Musculação, você também sabe. Mas,
quando alguém diz que fez “treinamento funcional”, você não consegue saber o
que, exatamente, essa pessoa fez...
Voltando ao título do texto. Quando estudamos O QUE É
MUSCULAÇÃO, entendemos que esta prática pode ter muitos nomes, de acordo com o
contexto em que estiver inserida, e significar a mesma coisa. Portanto, aprendemos que Musculação (estímulo para o crescimento muscular e
aumento da força) é o mesmo que: Treinamento Resistido, Treinamento de
Força, Treinamento com Pesos, Treinamento Contra Resistência, Fortalecimento
Muscular. Aprendemos que Musculação é o
termo mais popular, assim como Treinamento
Resistido, normalmente, é mais utilizado em âmbito científico e Treinamento
de Força, em âmbito esportivo. Gosto muito do termo Treinamento Contra Resistência, por ser bem abrangente e ser capaz de justificar toda e qualquer prática que estimula a força e hipertrofia da
musculatura.
Musculação não é apenas “exercício feito em máquina”. É também
exercício realizado em máquina. Mas, se me permitem expor minha humilde
opinião:
MUSCULAÇÃO
É TODO EXERCÍCIO CONTRA RESISTÊNCIA!!! TODO EXERCÍCIO QUE, REALIZADO EM EQUIPAMENTOS OU DE
FORMA LIVRE, COM O PESO DO PRÓPRIO CORPO, COM HALTERES, BARRAS E ANILHAS, MOLAS
OU ELÁSTICOS, OU COM QUALQUER OBJETO ALTERNATIVO, ESTIMULE A FORÇA E A HIPERTROFIA MUSCULAR!
O que justifica a escolha da Musculação Convencional
como MAIS ADEQUADA que qualquer
outra atividade para a saúde do organismo como um todo, para qualquer
indivíduo, é a sua SEGURANÇA e sua EFICIÊNCIA. SEGURA porque temos a
oportunidade de controlar TODOS os fatores durante sua realização: posição do
corpo, direção, amplitude e velocidade dos movimentos, carga e grau de esforço,
intervalos de descanso, número de contrações musculares e quantidade de
exercícios. EFICIENTE por todas as alterações fisiológicas benéficas que já
conhecemos (melhora do ambiente hormonal, melhor mobilidade
e estabilidade das articulações, prevenção, reabilitação e tratamento de lesões
ou patologias, condicionamento físico, redução ou eliminação de dores ou
desconfortos do sistema musculoesquelético, manutenção ou aprimoramento da
performance esportiva, integridade dos tecidos, melhora do quadro lipídico,
melhora da saúde cardiovascular, cardiorrespiratória, metabólica,
neuromuscular, musculoesquelética, entre outros).
Dito isso, acrescento: MESMO QUE EXISTA EFICIÊNCIA SEM
SEGURANÇA, NEM TODOS ESTÃO APTOS A ARRISCAR! E AINDA ASSIM, É PRECISO COMPROVAR
A EFICIÊNCIA E A SUPERIORIDADE DOS MÉTODOS DITOS “INOVADORES” EM RELAÇÃO À
MUSCULAÇÃO CONVENCIONAL!
Dentro de todo esse universo, temos diversas manifestações da
força: os levantamentos de peso (que podem ser os básicos, os olímpicos, alguns
específicos do esporte, como é o caso de alguns levantamentos do strongman), as
formas livres e instáveis (como exercícios com halteres, barras e anilhas, com
pneus, correntes, pedras ou marretas, com molas ou elásticos, que exigem mais
ou menos da musculatura do tronco, mas sempre exigem).
Dessa forma, tento dizer que, podemos considerar PILATES, TREINAMENTO
SUSPENSO, EXERCÍCIOS COMBINADOS / INTEGRADOS como exemplos de treinamento
contra resistência, exemplos de MUSCULAÇÃO, porém, com a desvantagem de serem
menos SEGUROS que a musculação convencional.
Entendem por que podemos considerar o tal “treinamento funcional”
como MUSCULAÇÃO NÃO SEGURA – MUSCULAÇÃO PERIGOSA???
A SEGURANÇA é um dos fatores mais
importantes do Treinamento De Força. Por que negligenciá-lo?
Muitos profissionais, que se dizem sérios, experientes e
competentes estão se esforçando bastante para nos convencer que precisamos,
agora, treinar diferente, com um método inovador, revolucionário, integrado. Como
a “onda” do funcional do atual momento, já tivemos muitas outras “ondas” em
outros momentos, e o que continuamos observando são pessoas adquirindo seus resultados
com TREINAMENTO DE FORÇA CONVENCIONAL, TREINAMENTO AERÓBIO/CARDIOVASCULAR e
DIETA EQUILIBRADA, BALANCEADA E VARIADA. Como já escrevi em outro texto, em AGO/2012, "quem trabalha com moda é estilista; não educador físico!". Leia no texto "Se funcional é o que Faz Funcionar..." (clique no título e abra o texto)
NOTA: as pessoas que estão garantindo os
resultados desejados em saúde, condicionamento físico e performance, realizando
musculação, aeróbio / treino cardiovascular e alimentação adequada só estão
conseguindo por cumprir uma conduta de longo prazo de realização,
disciplina, dedicação e paciência; não estão
obtendo estes resultados de um mês para
o outro;
Como em tudo na nossa vida, é preciso “separar o joio do
trigo”. Assim como você não trata seus dentes com qualquer dentista, ou não
segue a orientação de qualquer médico, é importante
sabermos escolher com quem treinar, como treinar e onde treinar com uma orientação
responsável, Informe-se para poder separar os “profissionais-joio” dos “profissionais-trigo”.
Todos os
profissionais das áreas da saúde (educador físico, médico, nutricionista,
fisioterapeuta, enfermeiro, dentista, para citar alguns) são importantes e
necessários para a nossa orientação, segura e correta. O trabalho
multidisciplinar (a união dos conhecimentos destes profissionais) é fundamental
para garantir o sucesso de uma orientação correta, segura, eficiente e de todo
e qualquer indivíduo.
Mas os profissionais, DE QUALQUER ÁREA DE ATUAÇÃO,
precisam ser sérios, competentes, estar informados e atualizados!
Espero que tenham gostado da postagem!
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Um grande abraço,
Carlos Henrique Costa Sapucaia